ATA DA OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 17.08.1988.

 


Aos dezessete dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Octogésima Quarta Sessão Ordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mono José, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Jorge Goularte que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Ata Declaratória da Octogésima Terceira Sessão Ordinária e das Atas da Trigésima Sétima Sessão Solene e da Octogésima Segunda Sessão Ordinária, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Artur Zanella, 01 Pedido de Informações, acerca do prédio, em construção, na Rua Sargento Nicolau Dias de Farias junto à Av. Otto Niemayer (fundos da Igreja Luterana); pelo Ver. Hermes Dutra, 01 Projeto de Resolução n° 40/88 (proc. n° 1714/87), que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Felix Peter. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Verª. Jussara Cony registrou o transcurso, hoje, de um ano de criação do Movimento em Defesa dos Parques e da Cidade, salientando as lutas deste Movimento em prol da ecologia de Porto Alegre. Comentou a votação, a ser realizada hoje, do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/87, solicitando a busca de meios que viabilizem a toda comunidade interessada a assistência a essa votação. A seguir, o Ver. Antonio Hohlfeldt denunciou a presença, nas portas do Plenário, de pessoas estranhas ao funcionalismo da Casa, fazendo o serviço de responsabilidade da segurança. Ainda em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Clóvis Brum declarou que gostaria que estivessem presentes no Plenário da Casa todos os segmentos envolvidos no Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/87, lamentando que isso não esteja ocorrendo, encontrando-se impossibilitados de participar os representantes dos movimentos de defesa do meio ambiente de Porto Alegre. O Ver. Caio Lustosa lamentou a atitude repressiva do Executivo Municipal contra manifestações que estavam sendo realizadas à frente da Usina do Gasômetro contra a aprovação do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/87, destacando a prisão do Jorn. Marcelo Silveira e solicitando providências que garantam o direito de manifestação a nossa comunidade. O Ver. Cleom Guatimozim teceu comentários sobre a forma como o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/87 vem sendo tratado pelo Executivo Municipal e por esta Casa. Declarou que esse Projeto é um dos maiores da administração do Pref. Alceu Collares e que deverá ser aprovado por este Legislativo. O Ver. Lauro Hagemann discorreu sobre agressões sofridas por integrantes do Movimento em Defesa dos Parques e da Cidade, de parte da Brigada Militar, em manifestação feita contra o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/88. Destacou a importância de que a votação desse Projeto seja assistida por toda a população interessada. O Ver. Mano José leu e comentou abaixo-assinado dos técnicos da Secretaria do Planejamento Municipal, de Moção de Repúdio quanto à forma como eles não puderam participar da discussão sobre a urbanização da orla do Guaíba. E o Ver. Antonio Hohlfeldt falou sobre o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 15/87, analisando as conseqüências que advirão caso ocorra a aprovação desse Projeto e apoiando solicitação feita pela Verª. Jussara Cony, de busca de alguma forma que permita a participação de toda a comunidade interessada na votação do “Projeto Praia do Guaíba”. Ainda, foi aprovado Requerimento verbal do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. Durante os trabalhos, foi formulado Requerimento pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Jussara Cony, solicitando suspensão dos trabalhos e reunião das Lideranças com o objetivo de busca de um local alternativo para a presente Sessão, que possibilite a participação de todos os interessados na mesma. Ainda, o Sr. Presidente respondeu Questão de Ordem do Ver. Nereu D’Ávila, acerca do Requerimento dos Vereadores Antonio Hohlfeldt e Jussara Cony, acima referido, e acolheu questionamento do Ver. Antonio Hohlfeldt, acerca do funcionamento, no dia de hoje, do bar existente na Casa. Às quinze horas e quarenta e três minutos, por acordo de Lideranças, o Sr. Presidente levantou os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada amanhã, às nove horas. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha e Artur Zanella e secretariados pelo Ver. Lauro Hagemann. Do que eu, Lauro Hagemann, 3° Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Sobre a mesa um pedido de Liderança da Bancada do PC do B, com a Verª Jussara Cony.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, funcionários da Casa, Senhores e Senhoras que nos honram hoje com sua presença nesta Casa. Nós hoje iniciamos, dia 17 de agosto de 1988, comemorando, antes de mais nada, um ano de luta do movimento em defesa dos parques e da cidade, composto por 60 entidades. E, exatamente, no dia em que o movimento comemora um ano de existência em defesa dos interesses da maioria da população de Porto Alegre, entra em votação nesta Casa o Projeto do Executivo n°15/87, chamado Projeto Praia do Guaíba. Participamos, junto com o movimento, de todo o processo que culminou com a elaboração do Substitutivo apresentado pela Comissão Especial e que teve como relator o Ver. Caio Lustosa. Sr. Presidente, hoje é um momento importante não apenas para a Câmara Municipal de Porto Alegre, mas é um momento decisivo para a cidade de Porto Alegre. Importante para a cidade de Porto Alegre porque aqui será decidido um projeto que no nosso entender tem que ser decidido de acordo com os interesses da maioria da nossa Cidade.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras que estão neste Plenário – solicitamos inclusive a atenção da Mesa no sentido de que este Projeto, sua votação, sua discussão, sejam assistidas por todo o povo de Porto Alegre, por todos os cidadãos que têm o direito de assistir à votação de um Projeto de tal magnitude. Se o Plenário da Câmara Municipal, Sr. Presidente – e aqui vai nossa proposta – não comportar a participação de todo e qualquer cidadão que deseje, e mais do que isto, que tenha o direito de ouvir as discussões e a votação dos 33 Vereadores, que a Mesa da Câmara Municipal tome as providências necessárias para que tenhamos um outro local com a segurança necessária para que todo e qualquer cidadão, ou cidadã, desta Cidade, possa assistir à discussão e à votação deste Projeto. Não apenas companheiros que já estão aqui presentes, mas aquela massa de companheiros que está aí fora e que tem o direito de fiscalizar as ações e votações deste Legislativo. E dizemos isto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com a moral de quem, junto com outros Vereadores desta Casa, esteve, desde a manhã, acompanhando a luta do Movimento em Defesa dos Parques e da Cidade que, por justiça, pelo seu posicionamento, colocou na torre do Gasômetro uma faixa com esta posição, movimento realizado através do Presidente da AGAPAM, da Presidente do Movimento em Defesa dos Parques e da Cidade, de Vereadores e Lideranças nesta Casa e inclusive de Deputados, que teve a sua ação reprimida pela Brigada Militar, apesar dos intensivos esforços do Ver. Flávio Coulon, no sentido, inclusive, de garantir junto ao Palácio Piratini que não seria reprimido aquele ato, aquela pressão justa dos componentes da AGAPAM e do Movimento em Defesa dos Parques e da Cidade. Os Vereadores, as lideranças dos movimentos populares foram agredidos, na medida em que não foi cumprida a negociação estabelecida com as Lideranças desta Casa, com o Secretário do Governo Alceu Collares, Dr. Geraldo Gama, e com o Sr. Governador Pedro Simon, que ordenou, segundo o Ver. Flávio Coulon, que fez este diligência, ao Sr. Secretário de Segurança, que retirasse a Brigada Militar e evitasse qualquer repressão. E com este cuidado – e mais do que isto, Sr. Presidente – com o direito que tem qualquer cidadão de Porto Alegre de assistir, nesta Câmara, toda e qualquer votação de interesse desta Cidade, e nós nos dirigimos à Mesa no sentido de que a Mesa interrompa e suspenda os trabalhos e providencie um local onde todo o cidadão possa ter acesso para assistir à discussão e votação deste Projeto, com a segurança necessária, não da Brigada Militar, não de seguranças particulares, como tivemos hoje, pela manhã, na torre do Guaíba, mas com a segurança desta Casa que se porta sempre com a dignidade de quem está aqui, antes de mais nada, para servir ao povo de Porto Alegre.

É este o nosso encaminhamento, de que a Mesa com a responsabilidade que tem, e sabemos que tem, providencie um lugar onde possamos discutir e votar este Projeto, com a participação de todo e qualquer cidadão da cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

 (Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita a colaboração dos visitantes, pois somos obrigados a cumprir um ritual, então, deixamos claro o seguinte: primeiro, a Casa sempre teve um tratamento para estas ocasiões, porque a Câmara tem dificuldade de espaço e é necessário que fique assegurado o mínimo indispensável para que os visitantes possam assistir à Sessão. Adotamos hoje o mesmo critério de outras reuniões, esse o motivo pelo qual a Mesa deu essa orientação e irá providenciar os microfones para que possam ouvir, mas cumprirá um ritual estritamente já consagrado na Câmara de Vereadores de Porto Alegre em outras oportunidades, porque a Mesa tem o dever de cumprir o Regimento Interno na sua integralidade.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, quero de público dar ciência a V.Exa. que há pessoas estranhas ao quadro funcional da Casa fazendo serviço de segurança ou tentando fazê-lo nas portas de entrada, inclusive ameaçando este Vereador.

Fique isto registrado e o meu pedido à Mesa no sentido de que se tomem as providências.

 

O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, em cada uma das portas existe um membro da guarda da Casa e pedi, após um Vereador mencionar um fato, para tomarem as devidas providências, o que V.Exa. acaba de referir

Liderança com o PMDB, Ver. Clóvis Brum.

 

O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, acho que o Projeto que se vota nesta tarde é um Projeto muito sério, é um Projeto que interessa de perto à vida desta Cidade, à vida desta população e de sã consciência, Sr. Presidente, em nome da Liderança do PMDB eu não me sinto à vontade de participar de uma reunião como esta desta tarde onde se vai decidir sobre os destinos desta população, da sua gente e da sua Cidade, e que esteja dividida, não com privilégios, mas dividida a audiência desta reunião. Gostaria de ver aqui a população a favor e a população contra. A população que quer ver o Projeto aprovado e a população que rejeita o Projeto, porque só assim, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a reunião seria majestosa, a decisão seria soberana. Só assim, com a presença de todos, com a participação de todos, o povo presente assistindo à reunião da sua Câmara Municipal, o povo presente assistindo o voto, voto a voto dos seus Vereadores. A decisão do voto de cada Vereador é de cada Vereador, mas era necessário que a população estivesse assistindo à manifestação dos seus representantes nesta tarde.

Quando Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu vejo alijados de participar desta reunião e desta decisão aqueles que se debatem pelo meio ambiente, aqueles que querem preservar os parques, aqueles que sempre vêm a esta Casa, defendendo as suas idéias, defendendo os seus princípios, o que eles querem para esta Cidade. Eu me sinto deveras constrangido. A Liderança do PMDB gostaria de ver nesta tarde uma reunião ampla, uma reunião com vaias, sim, com vaias, uma reunião com aplausos, sim, com aplausos, uma reunião democrática, sim, democrática, mas onde pudesse participar a população de Porto Alegre, os interessados pela vida desta população e desta Cidade. Este é o pensamento da Liderança do PMDB.

Não interessa o voto deste ou daquele Vereador, interessa, isto sim, que o povo de Porto Alegre veja, sinta e participe desta reunião, desta reunião memorável, desta reunião importante, desta reunião que talvez seja a mais importante da Legislatura que vai encerrar no fim deste ano. A decisão histórica desta tarde, da Câmara Municipal de Porto Alegre. Não poderia ser realizada circunscrita apenas a estas paredes e com esta audiência, mas com muito mais gente, com toda a população, com todos aqueles que querem se manifestar, que desejam sentir como ocorrem as votações e os debates desta Casa, e principalmente, Sr. Presidente, quando está em jogo uma coisa que não pertence a mim, que não pertence a um outro Vereador, mas que é do uso comum da população, que é do povo de Porto Alegre, que são as suas praças, que são as suas áreas de lazer – lazer que a população não pode mais fazer, mas que exterminadas estas áreas, esta população, por certo, ficará privada até deste lazer. Não estou analisando o Projeto, não estou dizendo minha posição, estou dizendo, apenas, que eu gostaria que estivesse nesta sala todos os que não puderam entrar, que estivesse aqui, nesta reunião histórica da Câmara de Porto Alegre, a população que ficou privada de participar. Não estou dizendo que a posição daqueles que estão lá fora seja melhor do que a desses que estão aqui dentro, ou vice-versa, eu queria uma reunião democrática, uma reunião transparente, uma reunião visível, uma reunião política, com compromissos e com votos claros, porque hoje é uma tarde importante, hoje é uma tarde histórica para a vida desta Cidade, para a vida dos seus legisladores, para a vida dos nossos filhos e para o futuro desta Cidade. Oxalá, não venha a ser mutilada! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Caio Lustosa, que fala pelo PSDB.

 

O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Eu sabia que a política acirra os ânimos, acende as paixões e coloca, muitas vezes, até as amizades em confronto, mas jamais imaginava eu que um chefe de Município, meu colega de turma, a quem, inclusive, com prazer, ajudei em campanhas, no início de sua carreira como Vereador, de repente tivesse, em torno de si, uma guarda pretoriana, capaz de reprimir e forçar uma repressão desnecessária, como a que ocorreu hoje, e talvez ainda esteja ocorrendo, lá na torre do Gasômetro. A imprensa toda assistiu, pacificamente, os companheiros da AGAPAM – 3 ou 4 – galgar aquela torre e colocaram, pacificamente, sem obstáculo algum, uma faixa com a qual procuravam quebrar o silêncio dos grandes meios de informação, procuraram chamar a atenção para a votação deste Projeto. E veio a primeira repressão, a paisana, contra pacíficos jovens que ali estavam. Eu pensei que isso fosse uma página já superada, ultrapassada de nossa história, da nossa convivência. Mas não. Assistimos todos, depois de diligenciado pelo Ver. Flávio Coulon junto à Casa Militar e a Secretaria de Segurança, suspendeu-se o processo de repressão. Mas não satisfeitos, esses integrantes da guarda pretoriana voltaram a carga, acionaram o dispositivo de um destacamento qualquer da Brigada Militar que veio a valer para cima daqueles manifestantes, tentando algemá-los, quando havia o compromisso formal de que nenhuma repressão ocorreria mais.. E quando tentavam, a Verª. Jussara Cony, este Vereador e outros que ali estavam, porque muitos parlamentares já tinham se afastado, como é testemunho o Ver. Lauro Hagemann que já havia voltado à Câmara, armou-se novamente uma confusão, prendeu-se violentamente com coices, tapas e bofetões o jornalista Marcelo Silveira, que já prestou serviços à TV-E e que atualmente assessora o nosso gabinete na parte jornalística. E o levaram como se fosse um animal na traseira de um camburão, não se sabe para onde.

Então, Sr. Presidente, quero deixar bem claro aqui que o clima para a votação tranqüila para debate deste Projeto inexiste. E é por isso que faço formalmente este Requerimento à Mesa da Câmara para que se resolva esse impasse, para que a participação neste Plenário seja igualitária; para que tome as providências devidas junto às autoridades de segurança e ao Sr. Prefeito Municipal contra a violência praticada contra os Vereadores desta Casa, contra os servidores desta Casa que ali estavam, contra os ecologistas que estavam pacificamente exercendo o seu direito de manifestação, que é o mais sagrado direito que uma sociedade civilizada deve manter.

Assim, este Vereador, como integrante do PSDB, se soma às manifestações aqui feitas de parte da Verª Jussara Cony e de parte do Líder do PMDB, para que a Mesa resolva esse impasse, que este debate seja aberto, escancarado como exige a matéria porque, realmente, é uma questão fundamental o destino que daremos a esses seis quilômetros de orla do nosso Rio Guaíba. Sou grato.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PDT, Ver. Cleom Guatimozim.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do PDT nesta Casa chegou ao máximo de retirar da Convocação Extraordinária matéria específica para que a Oposição pudesse apresentar suas idéias, pudesse debater o problema e tivesse mais facilidade de discussão. Retiramos a matéria específica. Usando aquilo que é conferido a qualquer Vereador, que é a votação em regime de urgência para esse Projeto, requeremos a sua votação. Fazer um debate aberto numa Casa tão pequena, seria melhor transferir para o Gigantinho. (Aplausos.) Acho que esse Projeto é de tanto interesse, como dizia um Vereador hoje pela manhã, os ecologistas têm que acordar mais cedo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede vênia ao orador e solicita que S.Exª desconte o tempo, ao mesmo tempo em que esclarece ao Plenário, aos Senhores que hoje nos visitam, que é proibido qualquer tipo de manifestação. A Mesa tem que cumprir o Regimento Interno, por isso, solicita aos presentes que ajudem a Mesa nos trabalhos, porque se a Mesa tiver que interferir, interferirá. A Mesa tem que assegurar a isenção aos Srs. Vereadores. É o Regimento da Casa e a Casa é obrigada a cumprir. Com a palavra o Sr. Vereador.

 

 O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu dizia, Sr. Presidente as palavras do Ver. Werner Becker, que ecologista tem que acordar cedo. A verdade é que há tutela legal para o que se faz neste momento, que é a votação deste Projeto.

Vejam, Srs. Vereadores, que em nenhum momento de nossas vidas nós demos guarida à violência, sob hipótese alguma. Mas o que me informaram hoje pela manhã, é que havia um grande perigo: ontem tiveram que desligar a luz de toda Região Metropolitana, porque uma menina subiu numa torre, numa torre igual aquela em que, hoje de manhã subiram para colocarem uma faixa. Havia perigo de vida, estavam se arriscando demais, e a polícia procurou impedir que essas pessoas se arriscassem, sacrificassem, quem sabe, a própria vida, por uma posição diante de um Projeto desta Casa. Se houve violência nós sob hipótese alguma, Srs. Vereadores, demos qualquer proteção.

A verdade é que o Projeto Rio Guaíba é um dos maiores Projetos da Administração Alceu Collares. É uma minicopacabana? É uma minicopacabana, porque esta Cidade, a quinta do País pelo censo de 80, é uma província. Querem os jovens viver numa província? Esta Cidade chegará a uma megalópole queiram ou não queiram meia-dúzia de integrantes de um Legislativo de 33 Vereadores. Se o Projeto Alceu Collares está errado, se é prejudicial à Cidade, não será aprovado por esta Casa. Ou será que a minoria é que está com a razão nesta Casa. Respeito a posição desses Vereadores, mas não aceito que coloquem na cabeça do povo que o Projeto é prejudicial, quando a maioria esmagadora é favorável ao Projeto. Então é ilegítima a maioria desta Casa? São ilegítimos os Vereadores mais votados desta Casa? Ilegítimos são aqueles que não conseguiram tantos votos e que são em minoria mesmo nesta Casa e que, embora tenham o direito de defender sua posição, não tentem “botar fogo no circo”.

E digo mais: que a maioria desta Casa, Senhores Vereadores, é favorável ao Projeto do Prefeito Alceu Collares de urbanizar esta avenida, de iluminar, de dar infra-estrutura, de fazer um ancoradouro público e há pouco entrou na Mesa duas Emendas do Ver. Werner Becker que retiram o “shopping centre” das margens do rio Guaíba, que retira o hotel 5 estrelas, eles são contra o mercado de trabalho, os jovens têm que andar pedindo emprego porque não podemos construir um “shopping center” e abrir um mercado de trabalho. Não podemos construir um hotel e isso satisfaz aqueles que tem um ou dois hotéis 5 estrelas nesta Cidade. Querem que esta Cidade continue uma província. Eu já disse, aqui, já temos, para nossa decepção, uma má-ocupação da terra.

Quero encerrar dizendo que o Projeto é bom e a maioria desta Casa vai provar que é bom, aprovando o Projeto, porque caso contrário eu rejeitaria. Nós não admitimos que a minoria se diga legítima e os mais votados desta Casa, a maioria absoluta sejam ilegítimos. Balela! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra com o Ver. Lauro Hagemann.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a democracia envolve dificuldades também. Nós estamos assistindo hoje, nesta Cidade, a uma etapa difícil da democracia. Companheiros do Movimento de Defesa dos Parques e da Cidade, depois de uma difícil e penosa negociação foram agredidos intempestivamente por forças da Brigada Militar. Isto revela, Senhores Vereadores, um descompasso na administração estadual. Depois da promessa formal e das providências do Secretário da Segurança, retirando as tropas da Brigada Militar da torre da Ponta do Gasômetro, quando tudo estava tendendo à apaziguação, eis que se renovam as agressões contra os cidadãos que estão praticando a democracia, uma democracia incipiente. Esta Casa, Srs. Vereadores, em nenhuma época da ditadura presenciou cenas como estas que estão sendo presenciadas. Uma grande maioria de cidadãos desta Cidade que querem assistir à votação deste Projeto, que interessa, sim, à Cidade, ninguém pode ficar indiferente ao que se pretende, ninguém é contra a urbanização da Praia do Guaíba. Por isso é preciso que se dê espaço a que todos possam assistir a esta votação histórica, que põe o futuro da Cidade à mercê, necessariamente, da sua maioria. Ninguém está aqui a condenar o Projeto, apenas a forma como foi encaminhado. E alguns aspectos, que parecem a alguns intempestivos, capazes de prejudicar o futuro da Cidade.

Por isso, Srs. Vereadores estou preocupado com o bom andamento dos trabalhos, porque esta Casa, em outro local, também já assistiu a manifestação desta natureza, algumas barulhentas, e outras até mais violentas, e nem por isso esta Casa deixou de funcionar.

Por isso, se pede aos Srs. Vereadores, cada um com a responsabilidade que lhe cabe, que possamos levar a bom termo esta Sessão, porque senão, se forem provocados tumultos, acho que devemos suspender a Sessão. Não sei se será de bom alvitre levar a realização desta Sessão para outro local. Mas é preciso que estejamos todos conscientes de que sob esta forma é impossível de ser votado este Projeto. Advogo, por isso, que a qualquer sinal de anormalidade a Sessão seja suspensa.. Não pretendo incentivar com as minhas palavras, pelo contrário, apaziguar os ânimos, para que todos, democraticamente, tenham oportunidade de se manifestar contra ou a favor. Isto é um direito da Cidade. É a sua vida que está em jogo, é o futuro da Cidade, o futuro dos filhos de todos nós. Srs. Vereadores. Tomara que prevaleça o bom senso.

Espero que a Sessão possa ser levada num ritmo normal, porque existem muitas coisas a serem contadas a respeito dos episódios de hoje e esta não é a hora de serem contados esses episódios. Mas eles virão à tona, num futuro, quem sabe, muito próximo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu gostaria de ler a V.Exa. e encaminharei imediatamente, datilografado, um conjunto de uma série de Questões de Ordem que eu gostaria que a Mesa me respondesse no decorrer da Sessão. Em primeiro lugar, gostaria de saber de quem partiu a ordem para o fechamento do bar da Câmara hoje? Qual o motivo desta ordem? Se a mesma tem origem na Presidência ou não? Se a Mesa da Câmara ou a sua Presidência mandou servir refeição a não funcionários da Casa? Se positivo, qual o valor e à conta de quem foi debitada esta conta. Em caso contrário, quem mandou servir as refeições?

 

O SR. PRESIDENTE: A informação que tenho, quanto à primeira questão levantada por V.Exa. é de que a senhora que toma conta do bar, porque é particular, está doente. As outras questões, V.Exa. terá a resposta no decorrer desta Sessão.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente, requeiro que, ouvido o Plenário, seja feita a inversão da Ordem do Dia e que seja votado primeiramente o Processo nº 2768/87 que dispõe sobre a urbanização da orla do Guaíba.

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. quer inversão da ordem dos trabalhos?

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sim.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando inversão dos trabalhos, discutindo, em primeiro lugar, o Processo nº 2763/87 – PLCE nº 15/87. (Pausa.) APROVADO contra o voto do Ver. Antonio Hohlfeldt, Flávio Coulon, Rafael Santos, Mano José e Caio Lustosa.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, antes de entrarmos na Ordem do Dia, gostaria de usar o tempo de Liderança.

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. poderá usá-lo após o Ver. Mano José, que já solicitou. Com a palavra, o Ver. Mano José.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente, não desejo, sob hipótese alguma, impedir que fale o nobre Ver. Mano José.

 

O SR. PRESIDENTE: Ele já estava inscrito, Vereador.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Mas, votada a inversão dos trabalhos, acho que não cabe Liderança, agora.

 

O SR. PRESIDENTE: V.Exa. me perdoe, mas foi um lapso da Mesa. O Ver. Mano José já estava inscrito, foi um equívoco de minha parte.

 

O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu até concordo que o Ver. Mano José use a palavra, só acho que arranha o Regimento.

 

O SR. PRESIDENTE: Não arranha, porque, inclusive, não foi feita a chamada, ainda. Logo, não entrou na Ordem do Dia.

 

O SR. NEI LIMA: Eu requeiro que se ouçam todas as Lideranças e, depois, se entre na Ordem do Dia. Vamos, então, voltar atrás.

 

O SR. PRESIDENTE: Entramos na Ordem do Dia após as Lideranças. Ainda não estamos na Ordem do Dia, porque não se fez a chamada nominal.

Com a palavra, o Ver. Mano José, em tempo de Liderança.

 

O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos na tribuna em nome do PDS, para dar conhecimento à Casa e aos presentes de um documento que acabamos de receber em solidariedade aos técnicos da Secretaria Municipal do Planejamento da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, com relação ao Projeto Praia do Guaíba. Os técnicos da Secretaria Municipal do Planejamento fazem um abaixo-assinado nos seguintes termos: (Lê.) “Nós, Técnicos do Planejamento Urbano do Município de Porto Alegre, constatamos, com perplexidade, o afastamento que nos foi imposto no processo de discussão da destinação dos espaços da nossa Cidade, e vimos manifestar, publicamente, o nosso repúdio, pela forma autoritária como estão sendo encaminhadas as questões de interesse da população de Porto Alegre, especialmente com relação ao Projeto Praia do Guaíba. Entendemos que trata-se da ocupação de uma área nobre da Cidade, destinada, atualmente, na sua maior parte, à posição do Parque Público, e considerando que este Projeto, imposto pelo Executivo Municipal, visa à implantação de um conjunto de edificações de iniciativa privada, com finalidades diversas na orla do Guaíba, propomos: 1º) que seja efetuada a urbanização da área objeto; 2º) que não seja permitida a privatização das áreas públicas em questão; 3º) que não sejam desafetadas as áreas consagradas como parques; 4º) que seja desenvolvido um trabalho de planejamento adequado para a área, com a participação de todos os órgãos da administração municipal, estadual e federal envolvidos, e da população, através de suas organizações de comunidade. Estamos certos de que a Câmara Municipal, tendo por meta a preservação dos altos interesses da coletividade porto-alegrense, acolherá a nossa manifestação. Técnicos da SPM.”

 Seguem-se as 50 assinaturas de Técnicos da Secretaria Municipal de Planejamento. Aqui, portanto, a palavra de quem entende de planejamento nesta Cidade; aqui, a palavra daqueles que vêm fazendo planejamento por anos e anos na Prefeitura de Porto Alegre. E nesta palavra nós confiamos, por isto, votaremos contra o Projeto Praia do Guaíba. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, pela Liderança do PT, o Ver. Antonio Hohlfeldt.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, todos nós sabemos que a democracia burguesa é cínica. Agora, há níveis de cinismo que ultrapassam limites toleráveis. O episódio de hoje é exemplar e nós já vimos este filme numa outra composição de Câmara, exatamente há 6 anos atrás, no Escândalo da Maguefa. E, quando dois ou três – minorias nesta Casa – resistiram e denunciaram o Escândalo da Maguefa, sofreram a mesma constrição, sofreram a mesma pressão, sofreram a mesma agressão que sofrem hoje. Mas está lá o Escândalo da Maguefa, para a História de Porto Alegre e para a vergonha dos Vereadores que o aprovaram e cujos nomes estão registrados nos Anais desta Casa.

Hoje, vamos repetir o filme. Minorias, sim, sem nenhum problema. Minorias, porque temos um compromisso, e vamos mantê-lo, gostem ou não as maiorias. Foram as minorias, na Constituinte, que garantiram os direitos de vocês, trabalhadores; foram estas mesmas minorias que arriscaram, ao longo da ditadura, a sua segurança, as suas vidas, as suas famílias para defender direitos que, hoje, vocês deixam manipular ao virem aqui apoiar a aprovação deste Projeto. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se disse, há pouco, que a polícia buscou impedir que pessoas arriscassem as suas vidas! Dedicação exemplar desta polícia à ordem dos patrões, tão exemplar que para não deixá-los arriscar-se, bate, pisa, prende, mas que bela democracia, que bela defesa, que belo cuidado, desta polícia que, ao longo de décadas, vem servindo, infelizmente, a patrões.

A democracia formal, realmente, é cínica, e teremos hoje, aqui, mais uma oportunidade de verificar por que muitas e muitas vezes a opção se dá não por este Plenário, não é pelo Legislativo, mas por uma ação mais direta. O episódio de hoje, longe de aproximar políticos e população, vai ampliar a descrença da população, ao menos a maioria dos políticos, e infelizmente, a descrença na política, como alternativa efetivamente democrática. Falar em maioria de votos num País onde se compram eleições, onde funciona o poder econômico, ou será que podemos falar em democracia na formação da Constituinte, onde grandes empresários financiaram os candidatos que estão, na maioria, lá presentes? É isso democracia?

Então vejam, lastimo apenas que tendo a garantia da passagem do Projeto nesta Casa, pois que se pediu a urgência, é porque lá se havia chegado, evidentemente, ao número necessário de votos, que sabemos por antecipação ter sido alcançado, se pretenda apenas esconder a decisão final. Mas não tem problema, nós vamos manter a nossa posição.

Agora, gostaria, Sr. Presidente, de resgatar aqui a proposta levantada pela Liderança do PC do B. Entendemos que não há condições de se manter esta Sessão funcionando e sugerimos ao Sr. Presidente a suspensão dos trabalhos com a reunião das Lideranças para ver como se encaminha esta questão. Entendo que não temos condições de votação plena, até porque ao que parece se abriram as portas deste Plenário bem antes do início desta Sessão.

Gostaria, por fim, de fazer uma saudação muito especial ao meu companheiro Dr. Tarso Genro, Vice-Presidente do Partido dos Trabalhadores, que a meu convite veio hoje a esta Casa. É um bom momento para nós refletirmos a respeito dos processos políticos por que passa esta Cidade. Sou grato.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): De acordo com o Requerimento aprovado, eu solicito ao Sr. Secretário para que faça a verificação de “ quorum” para ingresso na Ordem do Dia.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu vou insistir na minha Questão de Ordem para que se verifique junto às lideranças a possibilidade de fazermos uma reunião para discutir o assunto. É uma Questão de Ordem, mas deve ser transferida ao Plenário e votada pelo Plenário.

 

O SR. PRESIDENTE: Esta não é uma Questão de Ordem, é um Requerimento. Tão logo o Sr. Presidente da Casa reassuma os trabalhos, este Requerimento será encaminhado ao mesmo, que trata-se de um fato que não tem nada a ver com a Sessão.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Eu requeiro que em função do pronunciamento que fizemos como sendo de Liderança, fizemos uma proposta de que a Mesa desta Casa, respaldada pelas Lideranças, agilizasse um local alternativo no sentido de que toda a população de Porto Alegre possa assistir à votação do Projeto de tal magnitude. Todos os interessados. Neste momento um Requerimento no sentido de que a Mesa responda a esta proposição que fizemos da tribuna e que teve apoio de várias Lideranças.

 

O SR. NEREU D´ÁVILA: Sr. Presidente, até porque já está se falando em diversos tipos de democracia, coisa assim, filosófica, eu requeiro, democraticamente, então, que seja submetido este pedido ao próprio Plenário, até porque regimentalmente não tem como se mudar o local e manifestações de vozes aqui na Câmara toda a vida se teve, então que se decida este Requerimento da Vereadora e do Líder do PT, aqui, no voto.

 

O SR. PRESIDENTE: Como o Regimento Interno não prevê, e pelo menos neste momento não temos a informação, nós faremos o estudo sobre o assunto, e enquanto isto o Ver. Lauro Hagemann faz a verificação de “quorum”.

 

O SR. SECRETÁRIO: (Após proceder à chamada.) Há “quorum”.

 

O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”.               

A respeito dos Requerimentos apresentados, eu leria o art. 2º, do Regimento Interno, que diz o seguinte: (Lê.) Como nesse momento não se configura o motivo de força maior e como não há convocação da Mesa, pelo Sr. Presidente, a Sessão continua normalmente.

Pedimos ao Sr. Secretário que apregoe as Emendas.

 

(O Plenário é invadido pelo povo.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está suspensa a Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h08min.)

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está encerrada a Sessão.

 

(Levanta-se a Sessão às 15h43min.)

 

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